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Tomar açaí provoca TDAH

  • Foto do escritor: edivaldo rossetto
    edivaldo rossetto
  • 26 de mar.
  • 3 min de leitura

Nos últimos anos, o Brasil vem testemunhando dois fenômenos sociais e de saúde que, à primeira vista, poderiam parecer desconectados, mas que, ao olharmos mais de perto, revelam uma relação preocupante: o aumento significativo dos diagnósticos de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e o crescimento exponencial do consumo de açaí em todo o território nacional.


O Avanço do TDAH no Brasil


O TDAH é um transtorno neuropsiquiátrico caracterizado por sintomas como desatenção, impulsividade, hiperatividade, dificuldade de manter o foco, inquietação constante e comportamentos compulsivos. Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, globalmente, o TDAH atinge cerca de 5% das crianças e adolescentes e 2,5% dos adultos. Contudo, no Brasil, esses números vêm crescendo de forma alarmante.


Entre 2010 e 2020, o número de diagnósticos de TDAH quase dobrou, acompanhando uma maior procura por medicamentos estimulantes e tratamentos terapêuticos. Especialistas apontam que esse crescimento não pode ser explicado apenas pela melhoria nos métodos diagnósticos, mas sim por uma série de fatores ambientais e alimentares que vêm impactando diretamente a saúde mental da população.


O Fenômeno do Açaí e a Explosão do Consumo


Paralelamente, o Brasil – especialmente a região Sudeste – vive um verdadeiro “boom” do consumo de açaí. Segundo a Embrapa, o consumo da fruta cresce a uma taxa de 15% ao ano, movimentando bilhões de reais no setor de franquias e gerando uma nova cultura alimentar em todas as faixas etárias. O estado do Pará, principal produtor, atingiu 1,7 milhão de toneladas de açaí em 2023.


O açaí, antes restrito à culinária amazônica, tornou-se símbolo de alimentação “fitness” e saudável. Rico em antioxidantes, flavonoides, ácidos graxos (principalmente ômega-9) e altos níveis de cafeína natural, o açaí vem sendo consumido em larga escala, em versões ultraprocessadas, com adição de guaraná, xarope de glicose e outros componentes estimulantes.


A Relação Direta: Açaí Como Fator Contribuinte para o TDAH


Embora muitos ainda não tenham percebido, há uma relação bioquímica clara entre o consumo exacerbado de açaí e o aumento dos sintomas relacionados ao TDAH. A começar pela alta concentração de compostos estimulantes presentes na polpa da fruta e nas misturas comercializadas.


O açaí contém teobromina, cafeína natural e flavonoides que atuam diretamente no sistema nervoso central, causando aumento da excitabilidade neuronal. Tais substâncias podem agravar ou até mesmo desencadear sintomas típicos do TDAH, como a hiperatividade, a impulsividade e a dificuldade de concentração.


Além disso, o consumo frequente de açaí industrializado – geralmente adoçado com xarope de guaraná – potencializa ainda mais esses efeitos. O guaraná, por sua vez, possui altíssima concentração de cafeína, aumentando os níveis de dopamina e adrenalina no cérebro, neurotransmissores já em desequilíbrio nos portadores de TDAH.


Sintomas do TDAH e o Espelho Químico do Açaí


Vamos aos sintomas clássicos do TDAH:

• Inquietação e agitação

• Dificuldade de concentração

• Impulsividade

• Alteração no padrão de sono

• Ansiedade


Agora vejamos os efeitos conhecidos do consumo regular de açaí e seus aditivos:

• Estimulação do sistema nervoso central

• Aumento da frequência cardíaca

• Potencialização da ansiedade

• Efeitos diuréticos e redução da qualidade do sono

• Picos de energia seguidos de queda abrupta


Os paralelos são evidentes. O açaí age como um potente modulador neuroquímico, capaz de desencadear os mesmos sintomas observados no TDAH, especialmente quando consumido de forma crônica e em grandes quantidades.


O Açaí como Catalisador de uma Epidemia Neurológica Silenciosa


Defendemos, portanto, que o consumo descontrolado de açaí, aliado ao modismo fitness e à falsa sensação de saúde, está contribuindo diretamente para o aumento dos diagnósticos de TDAH no Brasil. Ao sobrecarregar o sistema dopaminérgico com estímulos constantes vindos de compostos como cafeína e teobromina, o cérebro passa a funcionar em um padrão de hiperatividade química, mascarando ou intensificando os sintomas do transtorno.


Estudos longitudinais precisam ser aprofundados, mas a correlação já é suficientemente clara para acender um alerta: o açaí, especialmente em sua forma processada e açucarada, não é tão inofensivo quanto parece.


Conclusão


O Brasil precisa reavaliar o culto ao açaí e repensar seus hábitos alimentares. O crescimento exponencial do consumo dessa fruta, associado ao aumento brutal dos diagnósticos de TDAH, não é mera coincidência. Trata-se de um fenômeno social e bioquímico que merece atenção.


A população, especialmente crianças e adolescentes, está sendo exposta a doses diárias de estimulantes sob o disfarce de uma “alimentação saudável”. A longo prazo, o impacto sobre a saúde mental será imensurável.


É urgente que a comunidade científica, médicos e nutricionistas abram os olhos para essa ligação e iniciem campanhas de conscientização sobre os reais riscos do consumo excessivo de açaí no desenvolvimento e agravamento do TDAH.



Fontes utilizadas:

• Embrapa – Consumo de Açaí cresce 15% ao ano

• Mapa das Franquias – Crescimento das redes de açaí no Brasil

• SBT News – Produção do Pará

• OMS – Relatório Global sobre TDAH

• Revista Brasileira de Psiquiatria – Estudos sobre neurotransmissores e TDAH

 
 
 

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